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10 mitos científicos que muita gente acredita

APOSTO que você acredita em uma dessas coisas (mas não deveria).

Há uma série de mitos científicos espalhados por aí a respeito de alguns princípios básicos. Embora a maioria deles já tenha sido refutada anos atrás, esses rumores simplesmente não vão embora. Veja 10:

1. Nós só usamos 10% do nosso cérebro

É verdade que há muita coisa que não sabemos sobre o cérebro, mas certamente sabemos que usamos toda sua capacidade. Mesmo que nós não tenhamos uma riqueza de dados de imagens do cérebro para mostrar, este valor de 10% é completamente falso. Se a gente pensar bem, esse número nem faz muito sentido.

Embora o cérebro pese algo em torno de 1kg, ele é extremamente exigente em termos energéticos, o que requer cerca de 20% de todo o oxigênio e glicose que você coloca para dentro do seu corpo. Logo, é extremamente improvável que o cérebro tenha tanto espaço “inútil” sendo que consome tanta energia.

E tem outra: você nunca ouviu falar de alguém que tenha sido diagnosticado com um tumor no cérebro, mas tenha ouvido algo como: “Grande notícia! O tumor está em uma parte do cérebro que você não usa!”. Né?

Traumas no cérebro também geralmente têm resultados devastadores e muito poucos sobrevivem a ferimentos à bala na cabeça, e não sem algumas sequelas bem graves.

Enquanto você não pode usar cada pedacinho de seu cérebro em todos os momentos, a verdade é que você usa todo o cérebro ao longo do dia. Sentir-se como alguém que não está à altura de seu potencial completo é uma questão diferente, mas isso ainda não significa que você não está usando todo o seu cérebro a cada dia.

2. Há um lado escuro da lua

Oh, Pink Floyd, você nos induziu ao erro.

De nossa perspectiva na Terra, somos capazes de ver cerca de 59% da superfície da lua (embora não todas ao mesmo tempo). Os outros 41% são completamente escondidos sob este ponto de vista. Então essa parte deve ser envolta em trevas e congelamento, para nunca mais sentir o calor do sol, certo? Não.

Esta confusão acontece devido ao bloqueio das marés, que faz parecer como se a lua não estivesse girando. A lua, na verdade, está girando muito lentamente, completando uma rotação no mesmo tempo que leva para dar uma volta em torno da Terra. Enquanto um lado (mais ou menos) está sempre protegido contra a Terra, isso não tem nada a ver com a quantidade de luz solar que ele recebe.

Afinal de contas, nós temos diferentes fases da lua.

Exceto no caso de um eclipse lunar, a luz solar incide sobre a metade da lua (exatamente como cada metade da Terra recebe luz do dia de uma vez) o tempo todo. Quando o sol ilumina totalmente um lado da lua, nós chamamos isso de lua cheia. Quando partes ou a totalidade da lua parece estar faltando no céu, uma parte ou toda a luz do sol está caindo do lado da lua que não podemos ver. Enquanto não é definitivamente uma região que poderíamos chamar de “o outro lado da lua”, ela não é mais ou menos escura do que o lado que podemos ver.

3. A lua cheia tem o poder de afetar o seu comportamento

Esse tem sido um mito de longa data, particularmente entre pessoas que trabalham com os idosos ou pessoas com deficiência mental. Muitos acreditam que a lua cheia seria uma explicação para o comportamento estranho de algumas pessoas.

Este mito tem uma grande variedade de causas, incluindo suposições de que a água no cérebro é afetada por forças gravitacionais da lua. Muitas pessoas afirmam que o crime violento aumenta durante períodos de lua cheia, e até mesmo as delegacias de polícia no Reino Unido se previnem aumentando o número de pessoal nessas datas.

O tema foi estudado muitas vezes, e há uma correlação muito limitada entre a lua cheia e o aumento do comportamento errático das pessoas – e certamente nenhum nexo de causalidade foi descoberto. Enquanto alguns estudos demonstram efetivamente um aumento da criminalidade durante a lua cheia, isso tipicamente é explicado por coincidentemente a lua cheia cair em um feriado ou fim de semana. Logo, não precisamos temer lobisomens.

4. Açúcar faz com que crianças fiquem hiperativas

Balela.

Ir a uma festa de criança em que é servido um bolo bem doce, sorvete à vontade e bebidas fortemente açucaradas e mais um monte de guloseimas faz qualquer pessoa achar que essa alimentação pesada é a culpada por deixar as crianças naquele estado de hiperatividade.

Mas não há muita evidência para sugerir que essa energia toda tenha alguma ligação com a alta ingestão de açúcar. A explicação pode ser o entusiasmo com o evento ou simplesmente por estar perto de outras crianças. Também é possível que outros ingredientes, como a cafeína, sejam os culpados.

Isso não quer dizer que a ingestão de açúcar não deve ser limitada nas crianças. Muito açúcar está associado com o ganho de peso, resistência à insulina, hipertensão e mesmo um risco acrescido de certos cânceres.

5. Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar

Essa inclusive é uma expressão comumente usada para dizer que algo de ruim aconteceu uma vez, mas não pode acontecer novamente. Infelizmente, não tem nada a ver com ataques reais de raios.

Raios são uma enorme descarga eletrostática à procura de um caminho para baixo, e não estão particularmente interessados em saber se esse caminho já foi percorrido antes por um colega, ou não.

Objetos mais altos, como árvores e arranha-céus, geralmente são alvos comuns, porque há uma distância menor entre esses objetos e a origem do raio. A árvore mais alta em uma floresta pode ser atingida várias vezes até que a tempestade passe. Na verdade, um raio atinge o Empire State Building, construção icônica da cidade de Nova York, nos Estados Unidos, em torno de 100 vezes POR ANO.

A NASA divulgou um estudo em 2003 envolvendo 386 raios que atingiram o solo cuja conclusão era de que um terço dos raios ramificavam e batiam em vários locais ao mesmo tempo. Ou seja: não só faz uma raio cai duas vezes no mesmo lugar, como também pode cair em dois lugares ao mesmo tempo!

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6. Soltar um centavo de um edifício alto pode matar alguém

Se você arremessar uma moeda de um centavo do alto de um alto edifício calçada abaixo, muitas pessoas acreditam que você vai matar alguém. Mas, não. Moedas de um centavo são bastante leves e péssimas (ou, nesse caso, boas) em termos de aerodinâmica. Então, conforme ela cai, sua baixa massa e relativamente baixa velocidade terminal (105 km/h) não faria muito dano a uma pessoa na calçada. Ele iria sentir como se tivesse batido a cabeça, mas nada grave. E certamente nada letal.

No entanto, se você jogar itens que são mais maciços ou mais aerodinâmicos, a massa deles aumentaria a velocidade terminal do objeto e poderia fazer um pouco de estrago, sim.

Não é por acaso que zonas de construção exigem capacetes, a fim de proteger os trabalhadores de pequenas rochas que se soltam ou parafusos que acidentalmente caem de grandes alturas.

7. Cabelos e unhas continuam crescendo após a morte

Para unhas e cabelo continuarem crescendo depois que alguém é morto, a pessoa precisaria ainda comer e digerir nutrientes, realizando processos celulares. É claro, isso iria interferir no processo de “estar morto”. Portanto, não há nenhuma maneira que o corpo continue produzindo mais queratina, a fim de fazer o cabelo e unhas crescerem.

No entanto, a pele e o cabelo pode parecer crescer nos mortos. É uma questão de ponto de vista.
Conforme a pele morta começa a secar, ela retrai e se afasta dos fios de cabelo e das unhas. O cabelo e as unhas não são afetados pela falta de umidade e não encolhem, o que pode fazer parecer como se tivessem crescido.

Isso também faz com que os homens bem barbeados pareçam ter barba crescida. Muitas casas funerárias aplicam hidratante depois que o cadáver é lavado, a fim de reduzir a quantidade de secagem antes do serviço memorial.

8. Estalar os dedos vai engrossar suas articulações e te dar artrite


Isso parece fazer muito sentido, mas os estudos que têm sido realizados sobre o tema não tem sido capazes de mostrar uma conexão entre as duas coisas. Em 1998, Donald Unger publicou um artigo que mostrando que ele tinha estalados seus dedos da mão esquerda todos os dias durante 60 anos, mas não as de sua mão direita. Não houve diferença na saúde das articulações entre as duas mãos, e Unger recebeu o prêmio Ig Nobel de Medicina em 2009 por seu trabalho.

O fluido sinovial é uma substância que atua como uma almofada e reduz o atrito nas articulações sinoviais, tais como dedos, cotovelos, joelhos e quadris. Quando as articulações são esticadas e a cápsula articular se separa, a diminuição da pressão no interior da cápsula liberta gás, formando uma bolha para compensar o espaço morto. Por isso, pressionar suas articulações pode criar um som alto como se bolhas estivessem sendo estouradas.

Se essas estaladas estiverem associadas à dor, isso pode indicar articulações danificadas – e seria bom você parar mesmo com esse hábito. O estalo também pode vir de tendões, o que pode reduzir a sua força ao longo do tempo.

9. Leva sete anos para digerir um chiclete engolido

Gomas de mascar não levam sete anos para serem digeridas. Na verdade, você não precisa nem digeri-las. Além de uma pequena quantidade de adoçantes e aromatizantes, não há muito ali que o corpo humano precise realmente quebrar e usar.

A maior parte da goma é feita de polímeros de borracha conhecidos como elastômeros, juntamente com ingredientes à base de óleo de glicerina e vegetais para manter a goma macia e úmida. Uma vez que o corpo tenha extraído o pouco que ele pode a partir da goma, o resto é repassado como lixo para sair de nosso corpo, como qualquer outra coisa.

No entanto, isso não significa que engolir chiclete seja uma ótima ideia. A ingestão de grandes quantidades de goma de mascar pode causar obstipação e obstrução gastrointestinal, e aí você vai precisar de um médico para remover essa sujeira de dentro de você.

O chiclete também pode fundir com outros itens não digeríveis no trato digestivo, como moedas, brinquedos pequenos, sementes de girassol e por aí vai. Essa combinação pode contribuir para um bloqueio ou lesão gastrointestinal.

10. Os antibióticos matam vírus


Este mito aparece em todas as temporada de gripes e resfriados. Os antibióticos, por sua própria definição, matam as bactérias. E apenas elas. O resfriado e a gripe comum são causados por vírus e não são afetados pelo uso de antimicrobianos.

Enquanto alguns podem pensar que tomar antibióticos poderia ser útil em algum nível para curar uma doença viral, isso é absolutamente errado e poderia realmente trazer mais problemas. Tomar antibióticos de forma contrária à sua finalidade ou instrução de dosagem pode fazer com que outras bactérias comuns dentro do corpo se tornem resistentes a medicamentos, o que pode ser bastante crítico. Por exemplo, poderia criar “superbactérias” que causam doenças muito piores do que poderíamos esperar.

Fonte: hypescience.com

Como referenciar: "10 mitos científicos que muita gente acredita" em Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 23/04/2024 às 17:31. Disponível na Internet em https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Curiosidades/mitos_cientificos.php