Questão
03 Observe a charge transformada em publicidade pelo Ministério
da Justiça do Brasil e leia com atenção a notícia publicada, em
27/04/2004, no sítio http://www.amazonlink.org/biopirataria/
CASO CUPUAÇU NO CANAL FUTURA.
Regina Casé, atriz da Rede Globo que comanda o programa
“Um Pé de Quê?” transmitido pelo Canal Futura, estará desembarcando em Rio
Branco, Acre, no próximo mês para gravação do programa que terá como
destaque o cupuaçu. Espécie tipicamente Amazônica, o cupuaçu se tornou o
ícone da resistência dos povos Amazônicos contra a Biopirataria. Tudo
porque uma multinacional Japonesa, Asahi Foods, registrou o nome do fruto
cupuaçu como marca comercial no Japão, União Européia e Estados Unidos,
além de ter pedido patentes sobre o processo de produção do Cupulate.
Recentemente, as organizações que fazem parte da Campanha contra a
Biopirataria, entre elas a Amazonlink, o GTA e a Embrapa, obtiveram duas
vitórias contra a Asahi: uma que anulou a patente sobre o processo de
produção do Cupulate; e outra que cancelou o registro do nome Cupuaçu como
marca comercial no Japão. O registro da marca ainda continua em vigor na
União Européia e nos EUA. (...) Em relação à notícia acima, é
INCORRETO afirmar que:
(A) |
a biopirataria é um ato lesivo ao domínio de um país
sobre a sua biodiversidade, já que este é um dos recursos mais
importantes de algumas sociedades pobres do planeta frente ao
potencial tecnológico de outros países ou regiões, como os indicados
na notícia. |
(B) |
o Japão, a União Européia e os EUA, que têm o domínio sobre as
patentes das atuais tecnologias de ponta, serão os países/regiões
que poderão decifrar os códigos genéticos da biodiversidade
amazônica, algo infelizmente impossível para a atrasadíssima ciência
brasileira. |
(C) |
a produção de patentes industriais nos países ricos
através do artifício da biopirataria serve, dentre outras coisas,
para que os seus setores alimentício e farmacêutico possam lucrar
mais ainda, já que ao controlarem a pesquisa, a produção e a
comercialização da biotecnologia, esses países podem ampliar a
dependência dos países pobres para com eles. |
(D) |
a biodiversidade amazônica está entre as três
maiores do planeta e o seu roubo, através da biopirataria, diminui a
autonomia cientifica dos países que a detêm (Brasil, Colômbia,
Peru...) e amplia o poder de comercialização de produtos industriais
nos mercados latinos pelos países mais ricos do planeta. |
(E) |
a perda constante da biodiversidade amazônica está
relacionada à ineficiência do Estado brasileiro na proteção de suas
fronteiras terrestres, marítimas e do seu espaço aéreo, o que amplia
a ação predatória e ilegal de países e agentes industriais diversos
na região, através da biopirataria. |
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R: (B)
o Japão, a União Européia e os EUA, que têm o
domínio sobre as patentes das atuais tecnologias de ponta, serão os
países/regiões que poderão decifrar os códigos genéticos da
biodiversidade amazônica, algo infelizmente impossível para a
atrasadíssima ciência brasileira . |
Em relação à pesquisa e descoberta de
novas patentes, os países centrais e as regiões mais modernas em
relação ao domínio do meio técnico-científico e informacional e das
tecnologias de ponta desenvolvidas nesse período de 3ª Revolução
Industrial tem menos deficiências e atrasos estruturais que o
Brasil; porém, há excelentes centros de pesquisa científica no país,
notadamente no eixo Rio de Janeiro-São Paulo (FIOCRUZ, laboratórios
diversos de pesquisa genética e biotecnológica nas universidades
públicas e particulares de todo o Brasil, como os da Unesp e UFRJ)
que são referências de sucesso nas pesquisas sobre a biodiversidade
dos biomas brasileiros (o Amazônico tem destaque) e estão obtendo
grandes vitórias em pesquisas que já se revertem em benesses sociais
diversas, principalmente nos setores de alimentação nutricional e
farmacêutico (como a obtenção de farinhas nutritivas para crianças
desnutridas a baixíssimo custo e o patenteamento de plantas
medicinais que podem curar doenças endêmicas pela simples ingestão
de suas folhas) . |
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Questão 04

Observe a charge acima. Ela se refere a uma liderança política da
América do Sul bastante controversa: o presidente Hugo Chávez. Em relação
a ele e ao país por ele representado, é CORRETO afirmar que:
(A) |
com a subida desse “cocalero” ao poder, a presença
das transnacionais no país, principalmente as norte-americanas,
deverá se tornar bem mais complexa, já que a plataforma política
implementada nesse país sul-americano tem um forte teor nacionalista
(principalmente em relação os petróleo) que fere os interesses
internacionalistas da atual política de George Bush. |
(B) |
a população de origem indígena do país (mais de 80%)
conseguiu, depois de décadas de “governos brancos”, eleger um dos
seus representantes étnicos mais simbólicos, já que além da
afinidade cultural, esse representante ameríndio do país andino
localizado no centro da América do Sul, tem a sua origem nas
tradicionais plantações de coca dos Altiplanos. |
(C) |
o populismo de Chávez e o crescimento de sua influência política
continental têm sido minados pelo discurso de algumas lideranças sul
e norte-americanas que afirmam ser o atual presidente do país um
incentivador do narcotráfico por beneficiar os produtores de coca
como ele mesmo o é. |
(D) |
com a chegada ao poder desse político de história
controversa (pois ele tentou dar um golpe militar no país, no início
da década de 1990), a nação sul-americana se dividiu entre os que o
amam e os que o odeiam, e o seu discurso populista acendeu a “luz
amarela” do governo norte-americano em relação à sua influência
política continental de forte alinhamento cubano e do aumento do
controle estatal sobre as reservas de petróleo. |
(E) |
Hugo Chávez teve um papel geopolítico fundamental na
América do Sul, ao longo da década de 1990, já que o país que
governa é um dos grandes produtores mundiais de petróleo; porém, com
a chegada de Evo Morales ao governo boliviano, em 2006, houve uma
redução da influência chavista no continente, aumentando a
integração geo-econômica entre a Bolívia e o Brasil. |
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R: (D)
com a chegada ao poder desse político de história
controversa (pois ele tentou dar um golpe militar no país, no início
da década de 1990), a nação sul-americana se dividiu entre os que o
amam e os que o odeiam, e o seu discurso populista acendeu a “luz
amarela” do governo norte-americano em relação à sua influência
política continental de forte alinhamento cubano e do aumento do
controle estatal sobre as reservas de
petróleo |
O presidente em questão é o
venezuelano Hugo Chávez, presidente democraticamente eleito em 2002
e que vem sofrendo uma enorme pressão internacional, principalmente
dos EUA, por ter uma postura antiimperialista e buscar a autonomia
frente ao crescimento do poderio norte-americano no continente.
Controlando a dinâmica de exportação da empresa estatal de petróleo
venezuelana (PDVSA – Petróleos de Venezuela), a postura
antiamericana de Chávez vem sofrendo pressão do governo Bush, que o
acusa de ser um agente de desestabilização do equilíbrio geopolítico
regional ao manter forte relação com Cuba de Fidel Castro, ao mesmo
tempo em que apóia (segundo o governo norte-americano e outras
fontes políticas liberais) as FARC (Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia) e, por conseguinte, o narcotráfico na América e no
mundo. A vitória do “cocalero” Evo Morales, este ano, para a
presidência da Bolívia ampliou ainda mais essa desconfiança em
outros países, inclusive no Brasil, já que este país ficou em uma
situação delicada frente à quebra, pelo novo presidente boliviano,
dos acordos firmados nos investimentos da estatal de petróleo
brasileira (Petrobras) no setor de gás boliviano, jogada política
com apóio venezuelano que aumentou a desconfiança de que Hugo Chávez
esteja por trás de novas articulações entre as nações
latino-americanas. |
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Questão
05 Observe o gráfico selecionado.
Fonte: Marcio Pochmann.
Economia Solidária no Brasil. In Revista Mercado de
Trabalho, n° 24. Rio de Janeiro: Ipea, 2004. p. 25. (Nota
Técnica). Em relação à precarização do trabalho
no Brasil, pode-se AFIRMAR, a partir do gráfico acima, que:
(A) |
o assalariamento como estruturação do mercado de
trabalho nacional caiu, significativamente, após a década de 1940,
principalmente em relação ao emprego formal, já que na informalidade
não há o assalariamento. |
(B) |
a desestruturação do mercado de trabalho nacional
(desemprego, trabalho precário e desassalariamento das ocupações)
ocorreu a partir das transformações estruturais dos sistemas
monetário e produtivo brasileiro, com a alta inflação na década de
1980 e a entrada do país, na década de 1990, na chamada era da
globalização da economia mundial. |
(C) |
o aumento de trabalhadores por “conta própria”
indica o engajamento das elites econômicas do país no investimento
aberto no mercado acionário e nas pequenas e médias empresas, a
partir da abertura da economia nacional, na década de 1990. |
(D) |
o aumento exponencial da PEA desempregada no país, a
partir de 1980, está associado à modernização da estrutura produtiva
do período, o que eliminou somente a mão-de-obra pouco preparada
para atuar num mundo do emprego baseado nas altas produtividades e
na competitividade dos postos de trabalho formal. |
(E) |
a informalização de grande parte da PEA do país,
desde 1980, indica que as transformações técnico-científicas da base
produtiva nacional modificaram, definitivamente, o emprego formal no
país, o que mantém ainda a maior parte da sua PEA total atrelada às
atividades primário-exportadoras. |
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R: (B)
a desestruturação do mercado de trabalho nacional
(desemprego, trabalho precário e desassalariamento das ocupações)
ocorreu a partir das transformações estruturais dos sistemas
monetário e produtivo brasileiro, com a alta inflação na década de
1980 e a entrada do país, na década de 1990, na chamada era da
globalização da economia mundial. |
Segundo o professor Marcio Pochmann,
a ruptura na tendência de estruturação do mercado de trabalho formal
assalariado ocorreu a partir de 1980, com a crise da dívida externa.
Além disso, a promoção de diversas políticas de ajuste econômico,
sobretudo desde 1990 com a adoção do receituário neoliberal,
aprofundou o quadro de estagnação da renda per capita
acompanhado pela desaceleração na abertura de novas vagas
assalariadas formais, o que abriu maior flanco para elevação do
desemprego e de postos de trabalho precários. O resultado disso tudo
foi o fortalecimento da tendência de desestruturação do mercado de
trabalho, reduzindo-se nominalmente o emprego, ampliando-se a
precarização do trabalho mantido e promovendo-se uma desaceleração
do ritmo de crescimento salarial das ocupações formais (congelamento
salarial). Ao longo do período em referência, notou-se que de cada
10 ocupações geradas, 7 foram assalariadas, sendo 3 com contrato
formal e 4 sem contrato formal (Pochmann,
2001). |
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Questão 06
Petróleo: fonte renovável de guerras.
"O controle pelo controle dos recursos naturais voltou ao palco
principal da geografia". A afirmação de Michael Klare, titular da cadeira
de Paz e Segurança Mundial no Hampshire College e na Amhrest University,
nos Estados Unidos, foi feita em seu livro "Resource Wars: the new
landscape of global conflict". Klare argumenta que guerras como a do
Golfo, a operação no Afeganistão e a anunciada intervenção no Iraque, pelo
Estados Unidos, situam-se entre as disputas pelo controle de um recurso
natural estratégico e fundamental: o petróleo. Na opinião de Klare, uma
boa parte das guerras de conquista e posicionamento estará marcada pelo
controle geo-estratégico de recursos como os energéticos, minerais e
florestais, e o dos sistemas aqüíferos,. (...)
Leia as afirmativas a seguir.
I – As guerras como a do Yom Kippur (1973), Irã x Iraque (1980-1988) e
a do Golfo (1991) são diretamente relacionadas às disputas territoriais
pelo petróleo, assim como as atuais tensões entre EUA e Venezuela, na
América do Sul, que envolvem o controle do fluxo petrolífero no
continente.
II – A luta pela construção de uma refinaria de petróleo no estado do
Rio de Janeiro encampada pelos últimos governos estaduais fluminenses com
o slogan “O petróleo é nosso”, é uma estratégia político-econômica para
esses governos estaduais obterem mais recursos ao acessarem os “royalties”
e uma maior projeção na Federação Brasileira.
III - O programa Traceca (Transport Corridor Europe,
Caucasus, Asia) será um componente fundamental de estruturação da Eurásia
no século XXI, como eixo de transporte de petróleo ou corredor de
mercadorias no eixo Leste-Oeste, envolvendo as ambições dos países do mar
Cáspio, como o Arzeibaijão, Cazaquistão e Turcomenistão. Considerando
a importância desse hidrocarboneto, em termos geopolíticos e
geo-econômicos, assinale a alternativa correta.
(A) |
Somente a afirmação I está correta; |
(B) |
Somente as afirmações II e III estão corretas;
|
(C) |
Somente a afirmação II está correta; |
(D) |
Somente as afirmações I e III estão corretas; |
(E) |
Todas as afirmações estão corretas. |
|
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R: (E)
Todas as afirmações estão corretas.
|
Todas as afirmativas são verdadeiras
e estão associadas ao papel geopolítico e geo-econômico do petróleo,
desde a década de 70 do século XX, no reordenamento do poder, em
diferentes escalas, pelos poderes políticos e econômicos
oficiais. |
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